Erupção do Monte Tambora em 1815
Erupção do Monte Tambora em 1815 | |
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Imagem de falsa cor do Monte Tambora, tirada a partir do Endeavour em 13 de maio de 1992. | |
Vulcão | Monte Tambora |
Data | 5 de abril – 15 de julho de 1815 |
Tipo | Pliniana |
Localização | Sumbawa, Pequenas Ilhas da Sonda, Índias Orientais Holandesas |
IEV | 7 |
Impacto | Reduziu as temperaturas globais, levando o ano seguinte, 1816, a ser chamado de "ano sem verão". |
A erupção do Monte Tambora em 1815, entre 5 e 10 de abril daquele ano, foi uma das mais poderosas já registradas. Ela atingiu o nível 7 no Índice de Explosividade Vulcânica (IEV), realizando a maior erupção desde a erupção do lago Taupo no ano 181 d.C.[1] Esta erupção é considerada a maior registrada na Terra, detendo o recorde do volume de matéria expelida: 180 000 000 000 m³ ou 180 km³.[2][3]
Foi uma erupção explosiva da chaminé central com fluxos piroclásticos e um colapso da caldeira, causando tsunamis e danos extensos em terras e propriedades. Ela criou um efeito de longo prazo sobre o clima mundial. A erupção cessou em 15 de julho de 1815[4] e a atividade posterior foi registrada em agosto de 1819, consistindo de uma pequena erupção (IEV = 2) com jatos de lava e ruidosos sismos vulcânicos, sendo considerada por alguns com ainda fazendo parte da erupção de 1815.[1] Aproximadamente em 1880 ± 30 anos, Tambora entrou em erupção novamente, mas somente no interior da caldeira.[4] Isto criou pequenos fluxos de lava e a extrusão de um domo de lava. Esta erupção (IEV = 2) criou o cone parasítico Doro Api Toi dentro da caldeira.[5]
Efeitos
[editar | editar código-fonte]A explosão foi ouvida na ilha de Sumatra (mais de 2 000 km distante). Uma enorme queda de cinza vulcânica foi observada em locais distantes como nas ilhas de Bornéu, Celebes, Java e arquipélago das Molucas. A atividade começou três anos antes, de uma forma moderada, seguindo-se a enorme explosão que lançou material a uma altura de 33 km, que, no entanto, ainda não foi o ponto culminante da atividade. Cinco dias depois, houve material eruptivo lançado a 44 km de altura, escurecendo o céu num raio de 500 km durante três dias e matando cerca de 60 000 pessoas, havendo ainda estimativas de 71 000 mortos, das quais de 11 a 12 mil mortas diretamente pela erupção;[1] a frequentemente citada estimativa de 92 000 mortos é considerada superestimada.[6]
A erupção criou anomalias climáticas globais, pois não houve verão no hemisfério norte em consequência desta erupção, o que provocou a morte de milhares de pessoas devido a falta de alimento com registros estatísticos confiáveis especialmente na Europa, passando o ano de 1816 a ser conhecido como o ano sem Verão. Culturas agrícolas colapsaram e gado morreu, resultando na pior carestia do século XIX.[1] Durante uma escavação em 2004, uma equipe de arqueólogos descobriu artefatos que permaneceram enterrados pela erupção de 1815.[7] Eles mantinham-se intactos sob três metros de depósitos piroclásticos. Neste sítio arqueológico, apelidado "a Pompeia do Oriente", os artefatos foram preservados nas posições que ocupavam em 1815. Depois da erupção, a montanha do vulcão ficou com metade da altura anterior[8] e formou-se uma enorme caldeira, hoje contendo um lago.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d Oppenheimer, Clive (2003). "Climatic, environmental and human consequences of the largest known historic eruption: Tambora volcano (Indonesia) 1815". Progress in Physical Geography 27 (2): 230–259. doi:10.1191/0309133303pp379ra
- ↑ Newhall, Christopher G.; Self, Steve (1982). "The volcanic explosivity index (VEI): An estimate of explosive magnitude for historical volcanism". Journal of Geophysical Research 87 (C2): 1231–1238. doi:10.1029/JC087iC02p01231
- ↑ Mason, Ben G.; Pyle, David M.; Oppenheimer, Clive (2004). "The size and frequency of the largest explosive eruptions on Earth". Bulletin of Volcanology 66 (8): 735–748. doi:10.1007/s00445-004-0355-9
- ↑ a b "Tambora - Eruptive History". Global Volcanism Program. Smithsonian Institution.
- ↑ "Tambora Historic Eruptions and Recent Activities" Arquivado em 27 de setembro de 2007, no Wayback Machine.. Vulcanological Survey of Indonesia.
- ↑ Tanguy, J.-C.; Scarth, A., Ribière, C., Tjetjep, W. S. (1998). "Victims from volcanic eruptions: a revised database". Bulletin of Volcanology 60 (2): 137–144. doi:10.1007/s004450050222
- ↑ University of Rhode Island (2006-02-27). URI volcanologist discovers lost kingdom of Tambora. Press release (em inglês)
- ↑ "MOUNTAINS OF THE INDONESIAN ARCHIPELAGO". Peaklist. 'Peaklist.org.